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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Precisamos jogar futebol





Dia desses, ouvi uma declaração muito curiosa da jornalista Monica Waldvogel. Ela dizia que possui uma teoria sobre as relações interpessoais entre as mulheres nas organizações. Mais precisamente sobre a diferença em como os homens se relacionam com colegas homens, em relação ao relacionamento que nós mulheres temos entre nós nas empresas.
Segundo a teoria de Monica, os homens têm mais sucesso nesses relacionamentos, pois passaram a infância jogando futebol, enquanto nós mulheres passamos a infância brincando de casinha e de bonecas. Ela explica:
Os homens quando estão jogando futebol, têm suas posições bem definidas. O zagueiro, sabe que ele não pode ficar lá na frente atacando, querendo fazer o gol, pois sua função é auxiliar a equipe a se defender. Ele sabe que o atacante, tem uma posição de muito mais destaque do que a dele, mas sabe também que sua posição é fundamental para o bom resultado do time.
O meio campista, por sua vez, sabe que sua função é servir ao atacante para que esse finalize a jogada, além de observar os laterais, auxiliar na marcação. Para isto, ele precisa estar atento a tudo que acontece a sua volta. Na sua equipe e também na equipe adversária.
Existem regras. Mas estas podem ser burladas em prol da equipe. Por exemplo, quando um jogador comete uma falta a fim de evitar uma jogada de risco do jogador adversário. Se esta falta ocorrer em sua área, ele é penalizado (pênalti). Ele aceita sua punição e sabe que com isto o adversário tem a chance de ter vantagem no jogo, caso faça o gol.
Mesmo assim, a equipe não se volta contra ele. Sabe que, todos ali, estão tentando de todas as formas jogar pelo melhor resultado da equipe. Eles não discutem entre si em campo.Não discutem a “relação”, não deixam que a vaidade prevaleça sobre o objetivo maior do grupo que é ganhar.
Isto fica, quando necessário, para o vestiário no intervalo do jogo. Lá é o local e o momento de ajustar a equipe, acertar os erros, planejar estratégias etc. É lá também que ocorrem as discussões mais acirradas, as conversas mais ríspidas, os ânimos mais alterados.
E é lá que as diferenças ficam, quando eles novamente entram em campo.
Nada daquilo que foi debatido no vestiário é levado a campo assim como também não é levado para o lado pessoal. Todos ali sabem que quando um “xinga” o outro, está na verdade querendo que ele dê seu melhor porque sabe do que ele é capaz e que pode dar o seu melhor.
Não existem dramas, nem “vingancinhas”. Não há tempo, nem espaço para isso. Eles têm foco.
Não há represália ao colega que não deu o passe certo, ou que prendeu a bola quando deveria passar.
Não há tempo de cuidar se o colega está com a chuteira mais bonita do que a sua, nem de tentar obrigar ele a usar uma que lhe agrade mais.
Cada um tem a exata noção de seu espaço e importância no jogo.
Quando tudo dá certo e o gol acontece, todos comemoram e não só quem o fez. Porque todos participaram com sua parcela fundamental de contribuição – mesmo os que não encostaram na bola.
Quando o jogo acaba, independente do resultado, eles voltam para casa/clube e seguem companheiros. Não há mágoas, não há passionalidade ou preciosismo. E possivelmente muitos deles, quando além de colegas se tornam amigos, irão comemorar o resultado positivo, tomar uma cervejinha juntos tendo a consciência de que sozinhos são apenas atletas, mas que unidos e em campo, formam um time.
Eles se esfolam em campo, as vezes mesmo entre si. Mas saem dali abraçados num propósito maior: o de vencer como time.
Achei profundamente inteligente a teoria de Monica; Talvez tenhamos mesmo muito que aprender com eles neste “campo”.

Então tá!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Me vê o Verão por favor...



Pronto, cansei. Não quero mais brincar de inverno. Me rendo.
Quero morrer espirrando com os polens da primavera, torrar Porto Forno Alegre no verão e até posso pensar em botar um casaquinho no outono, mas do inverno eu quero demissão.
Já gostei muito de inverno. Quando há muitos anos atrás eu não precisava levantar da cama as 06h30 da manhã, com a sensação de estar entrando num freezer. Lá numa época longínqua em que minhas obrigações eram sempre marcadas para depois que eu acordasse. Leia-se: Depois que eu acordasse a partir das 10h da manhã.
Achava puro glamour ver aquelas mulheres lindas com botas, cachecóis, tocas e casacões. Ainda acho... Mas isso se resume as fotos nas revistas de moda ou na TV.
Outro dia uma colega de trabalho, que por sorte do destino trabalha em Natal – RN ligou me dizendo emocionadíssima que tinha visto a neve pela tevê e achado linda aquela cena com o chão branquinho e termômetros abaixo de zero.
Ela não acharia lindo se tivessem transmitido um ser humano normal (eu) com este mesmo frio, tendo que tomar banho, lavar roupa, louça e etc. com esta temperatura desumana. Até para fazer xixi a gente pensa duas vezes. Uma para sentar no vaso gelado e outra para lavar as mãos na água mais gelada ainda.
Não, definitivamente não há Sex Appeal que se mantenha quando é necessário vestir um pijama quente e meias até os joelhos para dormir.
E é por isso,por tudo isso que Eu, Vanelise Chaves Ferreira,cidadã porto alegrense (e que tem o maior orgulho de ser gaucha), prometo JAMAIS, NUNCA, DE MODO ALGUM voltar a reclamar do calor.

Então tá!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Insônia de Inverno







Vou virar para o lado direito, para me aconchegar melhor. Mas a mão ficou gelada. Puxa a coberta. Droga, descobriu o pé.
O lençol embolou. Já são 23h50. Liga a tv.NÃO!! é pior.! Silencio, os outros dormem.
Fecha os olhos que o sono vêm; Abre o olho e espera o sono vir. Põe outro travesseiro, ajeita a coluna. Ficou muito alto. Tira os travesseiros. Mas qual era mesmo a posição ideal para se dormir conforme aquela revista? Ah sim, travesseiro entre as pernas. Esquece, está frio para toda esta manobra. Mas dormir sem travesseiro também era bom, já dizia minha avó. Ou era sem colchão?
Vontade de trocar esse colchão. Colchão vagabundo. Quantos anos faz mesmo? Esquece isso, dorme. Mas já deve fazer uns 4 anos, já que minha filha tem 6. Quantos falta para os 15 anos dela? 9...estarei com 38. Hã? Quase 40...acorda, isso deve ser pesadelo. Não, é pior pois se fosse eu pelo menos estaria dormindo.

Aquela historia de contar ovelhinhas procede? 1,2,3,4,5...ovelha é um bicho estranho pacas não? Parece um monstrinho que tentaram enfeitar com lã. Mas daí tiram a lã, e vira o próprio monstrengo. Parei em quantas mesmo? Contar me irrita, mas sono que é bom nada. Irritação deve tirar o sono, então esquece as ovelhas.
Esse pijama sobe e deixa meia perna de fora, e esse frio desgraçado que não passa congela as pés. Eu tinha um meião de lã. Por que mesmo que eu dei? Ah sim, porque era medonha. Mas me faria feliz nessa noite gélida. Eu poderia colocá-la por cima das calças. Sim, brochante eu sei, mas estou dormindo sozinha então vale.
Não sei porque diabos moro aqui nessa geleira. Ainda vou me embora para o Rj...onde as pessoas são felizes. Ou pelo menos podem sorrir sem congelar.
PQP, 00:42! Confere o despertador para ver se está mesmo com o alarme para 06h30. 00h42 às 06h30: pouco menos de 06hs.
Mas o ideal não seria dormir 08h? Putz, as olheiras! Vão estar medonhas amanhã. Quem se importa com as olheiras se eu mesma estarei o próprio bagaço?
O que mesmo eu tenho que fazer amanhã? Ah sim, trabalhar, pagar contas, fazer a unha, pensar no que comer no jantar, e-mail, Orkut, twitter, facebook, blog meu, blogs interessantes. Dar comida para o cachorro, separar a roupa branca da colorida. A máquina deveria fazer isso sozinha não? Poxa, ela custou caro. Custava estender a roupa no varal?
Conferir as tarefas da filha, brincar com a filha, chamar atenção na filha, dar banho na filha, botar a filha pra dormir.. shhhhhh pensa mais baixo, ou a filha vai acordar.
Pensando bem, quem deve mesmo estar congelando é a minha cachorra na rua com este frio. Ah bom, mas eles tem uma capa de gordura que retém o calor. Ou isso quem tem é baleia?
Jesus, por tudo que é mais sagrado, já são 03h25 e eu preciso ser tomada pelo sono. Beber resolve? Vou tomar uma taça enorme de vodcka, rum, quem sabe whisky?  Mas morrerei e não posso me dar ao luxo de somente ressuscitar ao terceiro dia como vós. Rezar resolve? Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome. Santa Maria mãe de Deus.  E o santo anjo do senhor, entra onde mesmo?
Bem que minha cunhada avisou que eu devia aprender a rezar o terço. Mas se não tenho saco para contar ovelhas, quiçá para contar as bolinhas do terço. Ah não são para contar? Preciso repensar minha fé, afinal a fé não costuma “faiá”.
Se amanhã fosse sábado eu pelo menos dormiria até o meio-dia, mas Murphy não me faria ter insônia um dia antes de poder recuperar o sono, evidente que não. Que graça haveria?
Já vejo a claridade pela janela...está amanhecendo e eu aqui nesta noitada infinita que me custará as olheiras da cara. Injusto, muito injusto.
Logo agora que meus olhos pesam, e eu consigo ao longe escutar uma musica suave de ninar...ela se repete num tananá tão leve.
Está aumentando um pouco volume. Um pouco mais agora...Quase começando a incomodar...Hum, onde?  
O que?? 06h30???
Bom dia pra você também despertador desgraçado!