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domingo, 18 de abril de 2010

Adolescência Vazia



Domingo de preguiça básico, e depois do almoço resolvi em vez de ficar em casa “jiboiando” pelo efeito do churrasco, levar a filhota no cinema. O Filme era o único infantil em cartaz: Xuxa em o mistério de Feiurinha. Rendeu boas risadas, eu confesso. E isso por si só já vale a pena. Quando a risada é sincronizada com o riso largo da minha filha, a gente até esquece que o Luciano Szafir poderia ter sido qualquer coisa na vida menos ator e que a Sasha como atriz é uma excelente filha da Xuxa. Mas ok, não vou pegar no pé da guria que está recém começando, pode ser que melhore, vai saber! Critica cinematográfica a parte, a sessão foi jóia.
Como o processo digestivo do churrasco de domingo já estava concluída, e o estômago me fazia lembrar que já era quase noite, fizemos aquela paradinha na praça de alimentação.
E começa então, a segunda sessão de cinema do dia. Esta, gratuita.
Na mesa atrás da nossa, havia um grupo de 6 adolescentes que variavam entre 14 e 16 anos.
Três meninas adolescentes + Três meninos adolescente = Hormônios em ebulição.
Até aí, tudo perfeitamente entendível para quem já passou por essa fase (e nem faz tanto tempo assim) e sabe como as coisas funcionam. O que me chocou foi – digamos assim – a intensidade dos momentos “calientes”, em local publico. Talvez a culpa seja do Kid Abelha com sua mensagem do: em cima da pia, embaixo da escada...Mas pensando bem, eles sequer devem saber quem é (era?!?!) o Kid Abelha.
Do grupo, um casal em especial me chamou mais a atenção: Ela, com roupas estilo “mini-micro-coladas”. A calça jeans devia ter –sendo generosa – uns 4 cm de altura no ganho, e para compensar a “mini-blusa” (sim, no meu tempo aquilo era mini-blusa, hoje chama top) tapava a barriga. Leia-se: Tapava SOMENTE  a barriga, porque os peitos, já comemoravam a  liberdade. Para elucidar a cena com maior riqueza de detalhes, basta uma rápida busca no Google por: “roupas apropriadas para baile funk”.  Quanto ao rapaz, não observei nada além dos olhos quase saindo da órbita normal, se deliciando com “tudo aquilo”. Como se ele soubesse o que fazer com tudo aquilo!
Beijinhos daqui, beijinhos dali, e 5 minutos foram o suficiente para que eles esquecessem de tudo a sua volta, e passassem a contracenar cenas calientes. Era língua para tudo quanto é lado, mão naquilo, aquilo na mão, esfrega, puxa, agarra, pega e meu lanche eu já nem sabia mais que gosto tinha, porque era impossível ficar absorta à cena. Nem eu, nem todos os demais telespectadores à volta.
Ao me dar conta de que minha filha me puxava pelo braço insistentemente tentado me chamar a atenção, consegui recobrar a consciência e lembrar que eu não estava assistindo um DVD do selo: As Brasileirinhas e voltei a realidade. Chocada.
Lembram que eu citei no inicio que à mesa com o “recatado casal” estavam mais 4 adolescentes. Os coadjuvantes seguiam tranquilos fazendo seus respectivos lanches. E nenhum deles, nem delas sequer tiveram sua atenção chamada pela cena descrita. Nada. Era simplesmente a coisa mais natural do mundo. Afinal que mal há um amasso daquela “catigutiria” em pleno shopping lotado, às 19hs.
Seria eu, a estar no lugar errado? Na hora errada? Na época errada?
Sim, eu tive namorados na adolescência, aliás comecei nessa vida de “romance” bastante cedo. Mas eu lembro que por vergonha, recato, timidez ou um pingo de noção, essas coisas rolavam no local mais discreto possível. Era num canto qualquer próximo a escola, numa praça em algum local tranqüilo e seguro. Ou então numa festinha, no bom e velho escurinho do cinema... tudo, mas não assim, com esse “voyeurismo” proposital, descabido.
Afinal, quem teria um desejo incontrolável de ver aquilo que tivesse tão exposto?
Por sorte, ainda estou na fase do “Mistério de Feiurinha”, pois só Deus sabe o que será de mim quando eu chegar na fase do “Mistério dos Hormônios Ensandecidos da Adolescência”
Que eu tenha doses cavalares de psicologia e conte com a sorte de tentar mostrar o quanto a sutileza, a elegância, o charme, a educação podem ser usados sem contra-indicação desde cedo. E fazem, sem duvida, a diferença na vida adulta.

Então tá!

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