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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Leve a Educação para jantar



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Eu poderia elencar algumas coisas nesta vida, que me deixam bastante irritada. Mas se tivesse que escolher alguns itens, certamente um dos primeiros da lista seria: Falta de Educação.
Entendo que seja este o princípio básico de qualquer convivência em sociedade, e aliada ao respeito, são os dois quesitos primordiais pra que eu consiga admirar verdadeiramente alguém.
Aos que não tem educação, menos ainda terão respeito pelo próximo, já que um passa obrigatoriamente pelo outro.
Não é por acaso que são os primeiros valores que os pais que se prezem tentam passar aos filhos. Educação + Respeito, o resto a vida ensina. Mas esses dois têm de vir de casa, do berço, do jantar informal em família, da churrascada de domingo, do amigo secreto de todo o final de ano. Tem de vir do corriqueiro do dia a dia, do bom dia corrido pela manhã, do boa noite exausto a deitar.
E não espere que ela se adquira na escola, Não! Tem de vir de casa mesmo.
Desrespeito e falta de educação, também se vê nessas pequenas sutilezas (ou falta de) que presenciamos no dia a dia;
Pensei muito sobre esses valores ontem à noite, ao voltar de um restaurante onde fui jantar.
Ao lado da mesa em que estávamos, havia um homem sozinho, falando ao celular.
Mas ele falava num tom tão alto e efusivo, que era impossível deixar de ouvir a conversa que ele estava tendo com a filha que estava passando as férias em Santa Catarina. Pensei: Coitado, a ligação deve estar ruim, por isso está falando tão alto. Mais uns 5 min. de conversa e a ligação se encerrou no momento em que se senta à mesa dele uma moça (sua namorada, vim saber depois).
Muito discreta, deu-lhe um beijo e começaram a conversar. Ou melhor: Iniciaram um monólogo. Ele gritava e ela ouvia, morrendo de vergonha (presumo eu), já que era inevitável que todos a volta se virassem pra observar de onde vinha aquela gritaria desvairada. Não, ele não estava xingando, brigando ou coisa parecida, estava contando coisas do cotidiano, dos acontecimentos do dia, mas nos níveis mais altos, ultrapassando todos os decibéis aceitáveis num ambiente fechado.
Até aí o clima era ameno, ela já deveria estar acostumada a acordar com a voz do “Cauby Peixoto” todos os dias. Difícil mesmo foi quando ele passou a desfiar o rosário de sua opinião sobre Internet, Orkut, e-mail, MSN e sites de relacionamento. Em suma - na teoria do jovem Senhor - quem utiliza destas ferramentas não passam de “idiotas exibicionistas”, e outras gentilezas do mesmo nível.
E que ela tratasse imediatamente que acabar com essas “coisas” pois ele não queria saber disso em sua casa.
Para o azar dela, e dos demais espectadores daquele discurso digno de Odorico Paraguaçu (a contar pelo entusiasmo na defesa de sua tese), a discussão foi iniciada pela própria namorada, que deve ter feito algum comentário infeliz sobre alguma dessas ferramentas (utilizadas por ela) e bastou para que o troglodita lançasse seu rico arsenal de sutilezas, que se seguiu até o final do jantar (do nosso, pelo menos). Daí pra frente resolvi me concentrar na comida – deliciosa por sinal - e deixar o locutor de rodeio ali com sua garganta poderosa, mas era impossível não ouvi-lo, eu juro que me esforcei.
Me peguei pensando o que eu faria no lugar da moça que o acompanhava. Tenho para mim que primeiramente não teria um relacionamento sequer cordial com um “tipo” desses, mas caso me encontrasse justamente naquela situação, creio que levantaria calmamente e o deixaria falando sozinho. Sim, porque realmente não havia necessidade de ficar ao lado dele, já que se podia ouvi-lo a quilômetros de distancia.
Enfim resolvi recolher meus pensamentos e ficar com a primeira opção de que jamais me relacionaria com alguém assim. E nem falo de relacionamento homem x mulher, esse então nem se cogita, mas sequer me imagino numa situação de amizade com gente desta natureza. Porque me incomoda muito gente “fiasquenta”, que precisa ser o centro das atenções, que insiste em fazer de qualquer lugar seu picadeiro, de qualquer conglomerado de gente, sua platéia. Gente que obriga os demais a tornarem-se espectadores de suas vidas, e (no caso do rapaz citado) ainda tem a pachorra de achar que quem usa um site de relacionamento é exibicionista. Alguém por favor, me lance um adjetivo que se aplique ao dito, já que exibicionista ele não se acha.
Que há exibicionismo na internet? Sem dúvida…Exibicionismo a gente vê até na missa do domingo, ora! Isso independe do canal que se use para externá-lo, mas pelo menos, o da Internet é silencioso e acessa quem quer, ao contrário deste outro tipo de exibicionismo misturado com falta de educação e respeito ao qual somos obrigados a assistir, mesmo quando saímos de casa apenas pra curtir um jantar em família.
Então tá!
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Um comentário:

  1. Isso já me ocorreu duas vezes na vida.

    Na primeira vez, depois de meia hora aguentando, chamei um garçon e pedi que falasse com o "palestrante". O garçon falou e o cara passou a dissertar sobre a "falta de educação" das pessoas que haviam pedido isso a ele.
    Quando ele chamou de "idiota", eu ergui o meu tom de voz e gritei: "Idiota é quem fala alto em público, atrapalhando a janta dos outros!". O cara ficou quieto até o final da noite.

    Na segunda vez, após o garçon falhar, eu mesmo fui falar com o senhor. Ele chamou o gerente e, após explicarmos o ocorrido (o cara estava puto, dizendo que eu não tinha direito de pedir que ele baixasse o tom) o gerente convidou-o a deixar o restaurante. E o cara foi, puto da cara.

    Pra mim, falta de educação = falta de laço E exemplo.

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